O diário de Maria Madalena

Saída do jardim do Édem, de um pequeno anjo valente e determinado- sua jornada uma epopeia!

Apoderou-se de mim um profundo sono... Medo... A força que me seduzia era de caráter transcendental, a manifestação do sagrado. Inútil resistir, pois não dominava meu corpo, mas poderia assenhorear-se do espírito... Uma tela se abriu, um cenário com um misto de dor, sofrimento, amor e compaixão... “Veja Maria!”... Jesus crucificado e, aos pés da cruz, com as mãos no rosto, estava Maria Madalena, com uma tristeza profunda, mas seu amor e sua esperança de que Ele voltasse permaneciam. Da cruz, vinha uma luz prateada e brilhante diante do redentor, corpo desfalecido, resignado com seu destino, suspenso na cruz, refletindo uma intensa luz, entregava seu espírito a Deus... A morte... Uma verdade absoluta lhes amparava, era a ressurreição, envolvendo-os numa aliança com o Pai eterno... Salmo 22 – O Messias sofre, mas triunfa. Clamei: “Deus, cerque-me de sua sabedoria, fé e amor incondicionais para que eu possa me libertar do passado, encontrando, finalmente, um caminho de luz e o desapego do sofrimento! Ao retornar, escutava o depoimento: “Ele morreu de falência dos órgãos, não te esqueças do teu testemunho diante da cruz”... Novamente o sono me envolveu... Vejo um mundo muito antigo, um velho patriarca com uma aparência dotada de nobreza simples e dignidade, muito forte e amoroso. Remeteu a... Abrão... ou a Moisés... Aquela paisagem seria o Jardim do Éden, aquele homem o próprio Deus Javé. Havia um anjo com aparência infantil – quatro ou cinco anos – dotado de amor e pureza. Num tapete mágico, retirava-se daquele jardim. Experimentei uma forte emoção, uma súbita conscientização. A jornada desse anjo vai se tornar uma epopeia, ele não vai conseguir retornar. Aquele momento era de despedida entre os dois. Acenavam dizendo adeus... O velho sábio, em sua sensatez, sabia que esse retorno talvez nunca acontecesse. O pequeno anjo, valente e otimista, estava diante de sua nova aventura... Fiquei perplexa de emoção, senti o amor e a pureza exalados por aqueles personagens de aparência divina... Um forte suspiro da minha alma. Eu era aquele pequeno anjo valente, determinado a conhecer novos mundos, e sua missão era resgatar seu irmão, muito especial... Cumprida a missão, retornar à casa. O Pai, mestre e orientador... Ao perceber a aliança entre eles, invadiu-me uma emoção sublime e despertei aos prantos.... Manifestação divina não é, de forma alguma, uma experiência individual, apesar de ser subjetiva e única para quem a experiência se repete historicamente                                                                        Livro "O Diário de Maria Madalena - Um resgate junto a Cristo"