Este texto, entregue por São Francisco a Frei Leão em 1224 (isto é, dois anos antes de morrer) e preservado hoje em dia em Assis, é um dos dois manuscritos de sua própria mão que sobreviveram aos séculos. Como em toda a marca que Francesco deixou sobre a terra, ele passa com resignação pelas coisas grandes e de menos importância requeridas pela ortodoxia (tu és rei onipotente, trino e uno, etc) e pausa sobre as coisas importantes – isto é, pequenas e singelas e que dizem respeito à cumplicidade entre os homens na qual se revela a divindade: tu és beleza, tu és mansidão (que aparecem juntas duas vezes) e, meu Deus, tu és toda a nossa doçura. Numa palavra, ele começa falando de teologia e termina falando sobre Jesus.
O pergaminho original revela que na primeira vez em que aparece a palavra “caridade”, como que para deixar um sumo e definitivo esclarecimento, Francesco voltou atrás e escreveu, acima da palavra latina caritas, a palavra (que em latim se escreve como em português) amor.
POR FRANCISCO
Tu és santo, único Deus Senhor,
Que operas coisas maravilhosas
Tu és forte, és grande, és altíssimo
És rei onipotente: tu, Pai santo,
rei do céu e da terra
Tu és trino e uno, Senhor Deus dos deuses
És o bem, todo o bem, o sumo bem,
o Senhor Deus vivo e verdadeiro
Tu és caridade, és sapiência
És humildade, és paciência
És beleza, és mansidão
És segurança, és descanso
Tu és júbilo e alegria,
És nossa esperança
És justiça
És moderação
És toda nossa riqueza e suficiência
Tu és beleza
Tu és mansidão
És protetor, és nosso guardião e nosso defensor
És força, és conforto
Tu és a nossa esperança
Tu és a nossa fé
Tu és a nossa caridade
És toda a nossa doçura
És nossa vida eterna, grande e admirável Senhor
Deus onipotente,
Misericordioso Salvador
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