A LUZ É CONTAGIANTE


O que é REAL em vocês? É um Ser que é de tudo de bom e positivo, alegre e abundante, cheio de humor e amor divertido, com talentos criativos, paciente e bondoso, compassivo e misericordioso. Permitam que os seus Eu(s) REAIS venham, permitam que as suas Luzes maravilhosas brilhem, pois, isso é a razão do por que vocês estâo aqui.




sábado, 20 de agosto de 2011

CONVERSANDO COM DEUS -


Há tantas coisas que eu quero dizer e perguntar! Não sei por onde começar.
Por exemplo, por que o Senhor não se revela? Se realmente existe um Deus, e o Senhor é
Ele, por que não se revela de um modo que todos nós possamos compreender?
Eu tenho feito isso, repetidamente. E estou fazendo de novo agora.
Não. Quero dizer, através de um método de revelação incontestável.


Como?
Como aparecer agora diante de meus olhos.
-Estou fazendo isso.
-Onde?
Em todos os lugares para onde olhar.
Não, quero dizer de um modo incontestável, que nenhum homem poderia negar.
E qual seria? Sob que forma gostaria que Eu aparecesse?
A forma que o Senhor realmente tem.
Isso seria impossível, porque não tenho uma forma que vocês conheçam. Poderia adotar
uma forma que poderiam conhecer, mas então todos presumiriam que o que viram é a única
forma de Deus, não uma dentre muitas.
As pessoas acreditam que Eu sou como elas Me vêem, em vez de como não vêem. Mas
Eu sou o Grande Invisível, não aquilo em que Me transformo em um determinado
momento. Em certo sentido, Eu sou aquilo que não sou. E é do não ser que Eu venho, e
para onde sempre retorno.
Porém, quando Eu assumo uma determinada forma - em que penso que as pessoas
podem Me reconhecer - elas Me atribuem essa forma para todo o sempre.
E se Eu aparecesse sob outra forma, para outras pessoas, as primeiras diriam que não
apareci para as segundas, porque Minha forma e Minhas palavras não foram as mesmas -
então como poderia ter sido Eu?
Portanto, o que importa não é o modo ou a forma como Me revelo - seja qual for o modo
e a forma que Eu assumir, não serão incontestáveis.
Mas se o Senhor fizesse algo que provasse sem dúvida alguma quem é...
...ainda existiriam aqueles que diriam que era o demônio, ou simplesmente a imaginação
de alguém. Ou que a causa era qualquer outra que não Eu.
Se Eu Me revelasse como o Todo-Poderoso, Rei do Céu e da Terra, e movesse
montanhas para prová-lo, haveria aqueles que diriam "Deve ter sido Satanás".
E é assim que deveria ser. Porque Deus não revela a Si Próprio através de observação
externa, mas através de experiência interna.
Quando a experiência interna revelou a Deus, a observação externa não é necessária. E se a
observação externa for necessária, a experiência interna não será possível.
Portanto, se a revelação for pedida, não poderá ser obtida, porque o ato de pedir é uma
afirmação de que ela não existe; de que nada de Deus está sendo agora revelado. Tal
afirmação produz a experiência. Porque o seu pensamento a respeito de algo é criativo, e
sua palavra é produtiva, e seu pensamento e sua palavra juntos produzem de modo muito

eficaz a sua realidade. Por isso, sua experiência será a de que Deus não está sendo agora
revelado, porque se estivesse, você não pediria a Ele que se revelasse.
Isso significa que não posso pedir o que desejo? Está dizendo que rezar pedindo algo na
verdade nos impede de consegui-lo?
Essa é uma pergunta que é feita há séculos - e que sempre foi respondida. Contudo,
vocês não ouviram a resposta, ou não acreditaram nela.
A pergunta é respondida novamente, em termos e linguagem atuais, deste modo:
Você não terá aquilo que pedir, e tampouco não pode ter tudo que quer. Isso ocorre
porque o seu próprio pedido é uma afirmação de carência, e você dizer que deseja algo
apenas produz essa experiência - a do desejo - em sua realidade.
Portanto, a oração correta nunca é de súplica, mas sim de gratidão.
Quando você agradece a Deus antecipadamente pelo que escolheu experimentar em sua
realidade, de fato reconhece que isso está lá... realmente. Logo, a gratidão é a afirmação
mais convincente para Deus; uma afirmação de que mesmo antes de você pedir, Eu atendi o
seu pedido.
Então, nunca suplique. Agradeça.
Mas se eu agradecer antecipadamente a Deus por alguma coisa, e ela nunca acontecer?
Isso poderia levar à desilusão e amargura.
A gratidão não pode ser usada como um meio de manipular Deus: de enganar o universo.
Você não pode mentir para si mesmo.
Sua mente conhece a sinceridade de seus pensamentos. Se você disser "obrigado, Senhor,
por tais e tais dádivas", e o tempo todo estiver muito claro em sua mente que essas dádivas
não existem em sua realidade atual, não poderá esperar que Deus veja isso menos claro do
que você, e o produza para você.
Deus sabe o que você sabe, e o que você sabe é o que aparece como sua realidade.
Mas então, como posso ser sinceramente grato por algo que sei que não tenho?
Fé. Se tiver apenas a fé de uma semente de mostarda, moverá montanhas. Você passa a
saber que tem, porque Eu disse isso; porque Eu disse que, antes mesmo de você pedir, Eu
lhe darei; porque Eu disse de todos os modos possíveis, através de todos os mestres que
conhece, que tudo que escolher, escolhendo em Meu Nome, terá.
Mas muitas pessoas dizem que suas preces não foram atendidas.
Nenhuma prece - e uma prece não é nada mais do que uma afirmação fervorosa do que é
a realidade - deixa de ser atendida.
Todas as preces e afirmações, e todos os pensamentos e sentimentos! são criativos. Até o
ponto em que forem tidos fervorosamente como verdadeiros se manifestarão em sua
experiência.
Quando é dito que uma prece não foi atendida, o que de fato aconteceu foi que o
pensamento, a palavra ou o sentimento mais fervoroso tornou-se mecânico. Contudo, o que
você precisa saber - e esse é o segredo - é que o pensamento por trás do pensamento - o que

poderia ser chamado de Pensamento Responsável - é que sempre é o pensamento
controlador.
Portanto, se você suplicar terá muito menos chances de experimentar o que acha que está
escolhendo, porque o Pensamento Responsável por trás de todas as súplicas é o de que você
não tem agora o que deseja. Esse Pensamento Responsável se torna a sua realidade.
O único Pensamento Responsável que poderia repelir esse pensamento é o baseado na fé
em que Deus sempre atenderá a todos os pedidos. Algumas pessoas têm essa fé, mas são
muito poucas.
O processo da prece se torna muito mais fácil quando, em vez de ter de acreditar que
Deus sempre atenderá a todos os pedidos, a pessoa entende intuitivamente que o pedido em
si não é necessário.
Então a prece é de agradecimento. Não um pedido, mas uma afirmação de gratidão pelo
que é verdade.
Quando o Senhor diz que uma prece é uma afirmação do que é verdade, está dizendo que
Deus não faz coisa alguma; que tudo que acontece depois de uma prece é um resultado da
ação da prece?
Se você pensa que Deus é um ser onipotente que ouve todas as preces, diz "sim" para
algumas, "não" para outras e "talvez, mas não agora" para o restante, está enganado.
Seguindo que regras Ele decidiria?
Se você pensa que Deus é o criador e direcionador de todas as coisas em sua vida, está
enganado.
Deus é o observador, não o criador. E Ele está pronto para ajudá-lo a viver, mas não do
modo que você poderia esperar.
Não é função de Deus criar, ou não criar, as situações ou funções de sua vida. Deus criou
você à Sua imagem e semelhança.
Você criou o resto, através do poder que Ele lhe deu. Deus criou o processo da vida e a
própria vida como você os conhece. Contudo, deu-lhe o livre-arbítrio, para fazer dela o que
quiser.
Neste sentido, seu desejo para si mesmo é o desejo de Deus para você.
Você vive de um determinado modo, e Eu não tenho preferências no que diz respeito a
isso.
Essa é a grande ilusão de vocês: que Deus se importa com o que fazem.
Eu não me importo com o que fazem, e é duro ouvir isso. Mas vocês se importam com o
que seus filhos fazem quando eles saem para brincar? Importam-se com o fato de brincarem
de pique-cola, esconde-esconde ou faz-de-conta? Não, porque sabem que estão totalmente
seguros. Vocês os colocaram em um ambiente que consideram bom e bastante adequado.
É claro que sempre esperarão que eles não se machuquem. Mas se isso acontecer, estarão
lá para ajudá-las, curá-los e fazer com que voltem a se sentir felizes e seguros para
brincarem outro dia.
Mas também não se importarão com o que eles decidirem brincar no dia seguinte.
É claro que dirão a seus filhos quais brincadeiras são perigosas.
Mas não podem impedir que eles façam coisas perigosas. Não para sempre. Não em todos
os momentos, até a morte. Os pais sensatos sabem disso. Contudo, os pais nunca param de
importar-se com o resultado. É essa dicotomia - não se importar muito com o processo, mas
se importar muito com o resultado - que chega perto à definição da dicotomia de Deus.

Contudo, em certo sentido, Deus não se importa nem mesmo com o resultado. Nem com
o resultado final. Porque este é certo.
Eis aí a segunda grande ilusão do homem: que o resultado da vida é incerto.
É essa dúvida a respeito do resultado final que criou o seu maior inimigo, o medo.
Porque se você duvida do resultado, duvida de Deus - não crê Nele. E se não crê em Deus,
viverá para sempre com medo e culpa.
Se duvida das intenções de Deus - da capacidade Dele de produzir esse resultado final -
então como poderá relaxar? Como'" poderá algum dia finalmente encontrar a paz?
No entanto, Deus tem o pleno poder de combinar as intenções com os resultados. Vocês
não conseguem, e nem conseguirão, acreditar nisso (embora afirmem que Deus é Todo-
Poderoso), e então criam em sua imaginação um poder análogo ao de Deus, para encontrar
um modo da Vontade Divina ser contrariada. Até mesmo imaginaram um Deus em guerra
com esse ser (achando que Eu resolvo os problemas como vocês fazem). Finalmente, de
fato imaginaram que Deus poderia perder essa guerra.
Isso vai contra tudo que vocês dizem saber sobre Deus, mas não importa. Vocês vivem
com as suas ilusões, e por isso sentem medo, porque decidiram duvidar de Deus.
Mas e se tomassem uma nova decisão? Qual seria o resultado?
Eu lhes digo: viveriam como Buda. Como Jesus. Como todos os santos que já
veneraram.
Entretanto, como ocorreu com a maioria desses santos, as pessoas não os
compreenderiam. E quando vocês tentassem explicar a sua sensação de paz, a sua alegria de
viver, o seu êxtase interior, elas os escutariam falar, mas não ouviriam as suas palavras.
Tentariam repeti-las, mas as distorceriam.
As pessoas se perguntariam como vocês podiam ter o que elas não tinham. E então
sentiriam inveja. Logo a inveja se transformaria em raiva, e em sua 'raiva elas tentariam
convencê-los de que eram vocês que não compreendiam Deus.
E se não conseguissem estragar a sua alegria, tentariam prejudicá-los, tamanha raiva que
sentiam. E quando vocês lhes dissessem que isso não importava, que nem mesmo a morte
poderia tirar a sua alegria, ou mudar a sua verdade, certamente os matariam. Então, quando
vissem a paz com que aceitavam a morte, seriam considerados santos, e amados de novo.
Porque é típico da natureza humana amar, depois destruir, e então amar novamente o que
valorizam mais.

  Mas por quê? Por que nós fazemos isso? 

A PEQUENA ALMA E A LIÇÃO DO PERDÃO


A PEQUENA ALMA
A LIÇÃO DO PERDÃO

Por Neale Donald Walsch,
autor do livro "Conversando com Deus"






- Eu sei quem sou!

E Deus disse:

- Que bom! Quem és tu?

E a Pequena Alma gritou:

- Eu sou Luz!

E Deus sorriu.

- É isso mesmo! - exclamou Deus. - Tu és Luz!

A Pequena Alma ficou muito contente, porque tinha descoberto aquilo que todas as almas do Reino deveriam descobrir.

- Uauu, isto é mesmo bom! - disse a Pequena Alma.

Mas, passado pouco tempo, saber quem era já não lhe chegava.
A Pequena Alma sentia-se agitada por dentro, e agora queria ser quem era.
Então foi ter com Deus (o que não é má idéia para qualquer alma que queira ser Quem Realmente É) e disse:

- Olá, Deus! Agora que sei Quem Sou, posso sê-lo?

E Deus disse:

- Quer dizer que queres ser Quem já És?

- Bem, uma coisa é saber Quem Sou, e outra coisa é sê-lo mesmo. Quero sentir como é ser a Luz! - respondeu a Pequena Alma.

- Mas tu já és Luz - repetiu Deus, sorrindo outra vez.

- Sim, mas quero senti-lo! - gritou a Pequena Alma.

- Bem, acho que já era de se esperar. Tu sempre foste aventureira - disse Deus com uma risada.

Depois a sua expressão mudou.

- Há só uma coisa...

- O quê? - perguntou a Pequena Alma.

- Bem, não há nada para além da Luz. Porque eu não criei nada para além daquilo que tu és. Por isso, não vai ser fácil experimentares-te como Quem És, porque não há nada que tu não sejas.

- Hã? - disse a Pequena Alma, que já estava um pouco confusa.

- Pensa assim: tu és como uma vela ao Sol. Estás lá sem dúvida. Tu e mais milhões, zilhões de outras velas que constituem o Sol. E o Sol não seria o Sol sem vocês. Não seria um sol sem uma das suas velas... e isso não seria de todo o Sol, pois não brilharia tanto. E, no entanto, como podes conhecer-te como a Luz quando estás no meio da Luz? - eis a questão.

- Bem, tu és Deus. Pensa em alguma coisa! - disse a Pequena Alma mais animada.

Deus sorriu novamente.

- Já pensei. Já que não podes ver-te como a Luz quando estás na Luz, vamos rodear-te de escuridão - disse Deus.

- O que é a escuridão? perguntou a Pequena Alma.

- É aquilo que tu não és - replicou Deus.

- Eu vou ter medo do escuro? - choramingou a Pequena Alma.

- Só se o escolheres. Na verdade, não há nada de que devas ter medo, a não ser que assim o decidas. Porque estamos inventando tudo. Estamos fingindo.

- Ah! - disse a Pequena Alma, sentindo-se logo melhor.

Depois, Deus explicou que, para se experimentar o que quer que seja, tem de aparecer exatamente o oposto.

- É uma grande dádiva, porque sem ela não poderíamos saber como nada é - disse Deus - Não poderíamos conhecer o Quente sem o Frio, o Alto sem o Baixo, o Rápido sem o Lento. Não poderíamos conhecer a Esquerda sem a Direita, o Aqui sem o Ali, o Agora sem o Depois. E por isso, - continuou Deus - quando estiveres rodeada de escuridão, não levantes o punho nem a voz para amaldiçoar a escuridão. Sê antes uma Luz na escuridão, e não fiques furiosa com ela. Então, saberás Quem Realmente És, e os outros também o saberão. Deixa que a tua Luz brilhe tanto que todos saibam como és especial!

- Então posso deixar que os outros vejam que sou especial? - perguntou a Pequena Alma.

- Claro! - Deus riu-se. - Claro que podes! Mas lembra-te de que "especial" não quer dizer "melhor"! Todos são especiais, cada qual à sua maneira! Só que muitos se esqueceram disso. Esses apenas vão ver que podem ser especiais quando tu vires que podes ser especial!

- Uau - disse a Pequena Alma, dançando e saltando e rindo e pulando. - Posso ser tão especial quanto quiser!

- Sim, e podes começar agora mesmo - disse Deus, também dançando e saltando e rindo e pulando juntamente com a Pequena Alma - Que parte de especial é que queres ser?

- Que parte de especial? - repetiu a Pequena Alma. - Não estou entendendo.

- Bem, - explicou Deus - ser a Luz é ser especial, e ser especial tem muitas partes. É especial ser bondoso. É especial ser delicado. É especial ser criativo. É especial ser paciente. Conheces alguma outra maneira de ser especial?

A Pequena Alma ficou em silêncio por um momento.

- Conheço imensas maneiras de ser especial! - exclamou a Pequena Alma - É especial ser prestativo. É especial ser generoso. É especial ser simpático. É especial ser atencioso com os outros.

- Sim! - concordou Deus - E tu podes ser todas essas coisas, ou qualquer parte de especial que queiras ser, em qualquer momento. É isso que significa ser a Luz.

- Eu sei o que quero ser, eu sei o que quero ser! - proclamou a Pequena Alma com grande entusiasmo. - Quero ser a parte de especial chamada "perdão". Não é ser especial alguém que perdoa?

- Ah, sim, isso é muito especial, assegurou Deus à Pequena Alma.

- Está bem. É isso que eu quero ser. Quero ser alguém que perdoa. Quero experimentar-me assim - disse a Pequena Alma.

- Bom, mas há uma coisa que devias saber - disse Deus.

A Pequena Alma já começava a ficar um bocadinho impaciente.
Parecia haver sempre alguma complicação.

- O que é? - suspirou a Pequena Alma.

- Não há ninguém a quem perdoar.

- Ninguém?

A Pequena Alma nem queria acreditar no que tinha ouvido.

- Ninguém! - repetiu Deus. Tudo o que Eu fiz é perfeito. Não há uma única alma em toda a Criação menos perfeita do que tu. Olha à tua volta.

Foi então que a Pequena Alma reparou na multidão que tinha se aproximado. Outras almas tinham vindo de todos os lados - de todo o Reino - porque tinham ouvido dizer que a Pequena Alma estava tendo uma conversa extraordinária com Deus, e todas queriam ouvir o que eles diziam. Olhando para todas as outras almas ali reunidas, a Pequena Alma teve de concordar. Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou menos perfeita do que ela. Eram de tal forma maravilhosas, e a sua Luz brilhava tanto, que a Pequena Alma mal podia olhar para elas.

- Então, perdoar quem? - perguntou Deus.

- Bem, isto não vai ter graça nenhuma! - resmungou a Pequena Alma - Eu queria experimentar-me como Aquela que Perdoa. Queria saber como é ser essa parte de especial.

E a Pequena Alma aprendeu o que é sentir-se triste.
Mas, nesse instante, uma Alma Amiga destacou-se da multidão e disse:

- Não te preocupes, Pequena Alma, eu vou ajudar-te - disse a Alma Amiga.

- Vais? - a Pequena Alma animou-se. - Mas o que é que tu podes fazer?

- Ora, posso dar-te alguém a quem perdoares!

- Podes?

- Claro! - disse a Alma Amiga alegremente. - Posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu perdoares.

- Mas por quê? Por que é que farias isso? - perguntou a Pequena Alma. - Tu, que és um ser tão absolutamente perfeito! Tu, que vibras a uma velocidade tão rápida a ponto de criar uma Luz de tal forma brilhante que mal posso olhar para ti! O que é que te levaria a abrandar a tua vibração para uma velocidade tal que tornasse a tua Luz brilhante numa luz escura e baça? O que é que levaria a ti, que danças sobre as estrelas e te moves pelo Reino à velocidade do pensamento, a entrar na minha vida e a tornares-te tão pesada a ponto de fazeres algo de mal?

- É simples - disse a Alma Amiga. - Faço-o porque te amo.

A Pequena Alma pareceu surpreendida com a resposta.

- Não fiques tão espantada - disse a Alma Amiga - tu fizeste o mesmo por mim. Não te lembras? Ah, nós já dançamos juntas, tu e eu, muitas vezes. Dançamos ao longo das eternidades e através de todas as épocas. Brincamos juntas através de todo o tempo e em muitos lugares. Só que tu não te lembras. Já fomos ambas o Todo. Fomos o Alto e o Baixo, a Esquerda e a Direita. Fomos o Aqui e o Ali, o Agora e o Depois. Fomos o Masculino e o Feminino, o Bom e o Mau - fomos ambas a vítima e o vilão. Encontramo-nos muitas vezes, tu e eu; cada uma trazendo à outra a oportunidade exata e perfeita para Expressar e Experimentar Quem Realmente Somos.- E assim, - a Alma Amiga explicou mais um bocadinho - eu vou entrar na tua próxima vida física e ser a "má" desta vez. Vou fazer alguma coisa terrível, e então tu podes experimentar-te como Aquela Que Perdoa.

- Mas o que é que vais fazer que seja assim tão terrível? - perguntou a Pequena Alma, um pouco nervosa.

- Oh, havemos de pensar em alguma coisa - respondeu a Alma Amiga, piscando o olho.

Então, a Alma Amiga pareceu ficar séria, e disse numa voz mais calma:

- Mas tens razão acerca de uma coisa, sabes?

- Sobre o quê? - perguntou a Pequena Alma.

- Eu vou ter de abrandar a minha vibração e tornar-me muito pesada para fazer esta coisa não-muito-boa. Vou ter de fingir ser uma coisa muito diferente de mim. E, por isso, só te peço um favor em troca.

- Oh, qualquer coisa, o que tu quiseres! - exclamou a Pequena Alma, e começou a dançar e a cantar: - Eu vou poder perdoar, eu vou poder perdoar!

Então a Pequena Alma viu que a Alma Amiga estava muito quieta.

- O que é? - perguntou a Pequena Alma. - O que é que eu posso fazer por ti? És um anjo por estares disposta a fazer isto por mim!

- Claro que esta Alma Amiga é um anjo! - interrompeu Deus, - são todas! Lembra-te sempre: Não te enviei senão anjos.

E, então, a Pequena Alma quis mais do que nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga.

- O que é que posso fazer por ti? - perguntou novamente a Pequena Alma.

- No momento em que eu te atacar e ferir, - respondeu a Alma Amiga - no momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento...

- Sim? - interrompeu a Pequena Alma - Sim?

A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.

- Lembra-te de Quem Realmente Sou.

- Oh, não me hei de esquecer! - gritou a Pequena Alma - Prometo! Lembrar-me-ei sempre de ti tal como te vejo aqui e agora.

- Que bom, - disse a Alma Amiga - porque, sabes, eu vou estar fingindo tanto, que eu própria vou me esquecer. E se tu não te lembrares de mim tal como eu sou realmente, eu posso também não me lembrar durante muito tempo. E se eu me esquecer de Quem Sou, tu podes esquecer-te de Quem És, e ficaremos as duas perdidas. Então, vamos precisar que venha outra alma para nos lembrar as duas de Quem Somos.

- Não vamos, não! - prometeu outra vez a Pequena Alma. - Eu vou lembrar-me de ti! E vou agradecer-te por esta dádiva - a oportunidade que me dás de me experimentar como Quem Eu Sou.

E assim o acordo foi feito. E a Pequena Alma avançou para uma nova vida, entusiasmada por ser a Luz, que era muito especial, e entusiasmada por ser aquela parte especial a que se chama Perdão.

E a Pequena Alma esperou ansiosamente pela oportunidade de se experimentar como Perdão, e por agradecer a qualquer outra alma que o tornasse possível.

E, em todos os momentos dessa nova vida, sempre que uma nova alma aparecia em cena, quer essa nova alma trouxesse alegria ou tristeza - principalmente se trouxesse tristeza - a Pequena Alma pensava no que Deus lhe tinha dito.

"Lembra-te sempre," - Deus aqui tinha sorrido - "não te enviarei senão anjos".