A LUZ É CONTAGIANTE


O que é REAL em vocês? É um Ser que é de tudo de bom e positivo, alegre e abundante, cheio de humor e amor divertido, com talentos criativos, paciente e bondoso, compassivo e misericordioso. Permitam que os seus Eu(s) REAIS venham, permitam que as suas Luzes maravilhosas brilhem, pois, isso é a razão do por que vocês estâo aqui.




sábado, 3 de dezembro de 2011

LENDAS JUDÁICAS-A queda dos anjos


A QUEDA DOS ANJOS
 
 AS DEZ GERAÇÕES: A queda dos anjos
A depravação da humanidade, que começou a manifestar-se no tempo de Enos, havia se multiplicado enormemente no tempo de seu neto Jarede, devido à queda dos anjos. Quando viram as belas e atraentes filhas dos homens, os anjos cobiçaram-nas, e disseram:
– Tomaremos esposas apenas dentre as filhas dos homens, e geraremos filhos com elas.
Seu líder Shemhazai disse:
– Temo por mim que vocês não coloquem esse plano de vocês em execução, e seja apenas eu a sofrer as conseqüências de um grande pecado.
E eles todos responderam:
– Faremos um juramento, comprometendo-nos individualmente e em grupo a não abandonarmos o plano, mas levá-lo a cabo.
Duzentos anjos desceram ao cume do monte Hermom, que deve seu nome a esta precisa ocasião, pois os anjos haviam jurado cumprir seu propósito sob pena de Herem/anátema. Sob a liderança de vinte capitães eles se macularam com as filhas dos homens, às quais ensinaram feitiços, encantos, o modo correto de se cortar raízes e a eficácia das plantas. O resultado desses casamentos mistos foi uma raça de gigantes de três mil varas1 de altura, os quais consumiram os recursos dos homens. Quando todas as reservas haviam se esgotado, e vendo que não podiam obter mais nada deles, os gigantes voltaram-se contra os homens e devoraram muitos deles, e o restante dos homens começou a transgredir contra as aves, animais selvagens, répteis e peixes, comendo sua carne e bebendo seu sangue.
A terra então protestou contra esses malfeitores, mas os anjos decaídos continuaram a corromper a humanidade. Azazel ensinou os homens a fazerem facas, armas, escudos e cotas de malha para usarem em carnificinas. Mostrou-lhes os metais e como trabalhá-los, bem como pulseiras e toda espécie de quinquilharias; ensinou-os a usar ruge nos olhos e a embelezarem os cílios, e a se enfeitarem com as jóias mais raras e preciosas e toda sorte de tintas. O chefe dos anjos caídos, Shemhazai, instruiu-os a respeito de exorcismos e da técnica de cortar raízes; Armaros ensinou-os a conjurar feitiços; Barakel, a divinação pelas estrelas; Kawkabel, a astrologia; Ezekil, a augurar através das nuvens; Arakiel, a ler os sinais da terra; Samsawil, os sinais do sol; e Seriel, os sinais da lua.
Enquanto todas essas abominações corrompiam a terra, o piedoso Enoque vivia num lugar secreto. Ninguém dentre os homens conhecia seu local de residência, ou sabia o que havia acontecido com ele, pois ele habitava com os anjos sentinelas e os santos. Certa ocasião ele ouviu uma voz endereçada a ele:
– Enoque, você que é um escriba de integridade, vá até os sentinelas do céu, que abandonaram o alto céu, o lugar de eterna santidade, a fim de se contaminarem com mulheres, fazendo o que homens fazem, tomando esposas para si e entregando-se nos braços da destruição sobre a terra. Vá e anuncie a eles que não encontrarão paz nem perdão; todas as vezes que tiverem alegria em sua descendência eles verão a morte violenta dos seus filhos, e suspirarão diante da ruína de suas crianças. Orarão e suplicarão para sempre, mas jamais obterão misericórdia ou paz.
Enoque foi até Azazel e os demais anjos caídos, a fim de anunciar a condenação proferida contra eles. Ficaram todos apavorados; tomados de tremor, imploraram a Enoque que preparasse para eles uma petição e fosse lê-la para o Senhor do céu, pois eles não podiam falar com Deus como antes, nem levantar os olhos para o céu, por vergonha diante dos seus pecados.
Enoque fez o que eles pediam, e numa visão foi-lhe concedida a resposta que ele deveria levar de volta aos anjos. Em sua visão Enoque foi elevado ao céu sobre nuvens, e colocado diante do trono de Deus. Deus disse:
– Vá e diga aos sentinelas do céu que o mandaram para interceder por eles: “Na verdade eram vocês que deveria pedir em favor dos homens, não homens em favor de vocês. O que levou vocês renegaram os céus elevados, santos e eternos, e poluir-se com as filhas dos homens, tomando-as como esposas, fazendo como as raças da terra e gerando gigantes? Os gigantes gerados pela união de seres de carne e seres espirituais serão chamados na terra de espíritos malignos, e a terra será a habitação deles. Espíritos malignos procederão de seus corpos, pois foram criados do alto, e os santos sentinelas são seu princípio e sua origem; serão espíritos malignos sobre a terra, e de espíritos malignos serão chamados. Os espíritos do céu têm o céu por habitação, mas a habitação dos espíritos da terra, nascidos sobre a terra, é a terra. Os espíritos dos gigantes irão devorar, oprimir, atacar, guerrear e causar destruição sobre a terra, e infligirão tormento. Não consumirão nenhuma espécie de comida, tampouco terão sede, e serão invisíveis. Esses espíritos se levantarão contra os filhos dos homens e contra as mulheres, porque procederam delas. Desde os dias do assassinato e da destruição e da morte dos gigantes, momento em que os espíritos abandonarem a alma de sua carne, a fim de destruírem sem incorrerem em julgamento – assim eles destruirão até o dia em que seja consumada a grande consumação do grande mundo”. Agora, quanto aos sentinelas que o enviaram para interceder por eles, que residiam anteriormente no céu, diga a eles: “Vocês estavam no céu, e embora as coisas ocultas não tivesse ainda sido reveladas a vocês, vocês conhecem mistérios sem valor, e na dureza do seu coração repassaram esses mistérios para as mulheres, e através deles homens e mulheres ocasionam muita maldade sobre a terra”. Diga portanto a eles: “Vocês não tem paz!”
Lendas dos Judeus é uma compilação de lendas judaicas recolhidas das fontes originais domidrash (particularmente o Talmude) pelo talmudista lituano Louis Ginzberg (1873-1953).Lendas foi publicado em 6 volumes (sendo dois volumes de notas) entre 1909 e 1928.