AMOR VERDADEIRO

Estamos sempre nos perguntando quem somos, mas não temos a real noção de que Ser sempre traz muita responsabilidade. Já é chegado o momento de fazer brotar a semente do Amor em nossos corações. Não apenas o amor pela família, por amigos, conhecidos, pelo planeta, mas o Amor em si mesmo. Ainda atrelamos a existência do Amor a um objeto externo. Temos a necessidade de amar a alguém ou a alguma coisa, sem perceber que amamos de maneira limitada, sempre exigindo algo em troca, sempre esperando um retorno do que damos ao outro.

Não sabemos amar. O Amor que liberta, que alimenta, que move todo o cosmos, simplesmente é, e não precisa ser dirigido a nada, nem a ninguém. O Amor basta a si mesmo, existe por si mesmo, dá de si mesmo simplesmente porque esta é a sua natureza. Acostumados que estamos a dirigir esse amor a algo que está fora de nós, terminamos por condicionar sua existência à existência de um objeto para ser amado. E na falta deste, nosso sentimento se encolhe, sofre.

Esforçamo-nos para amar os que estão a nossa volta: nossos familiares, amigos, conhecidos, sem perceber que esse amor ao próximo é um dever, uma necessidade do Ser humano. É, na verdade, o que nos torna realmente humanos. Temos a capacidade inata do perdão e do amor por quem está a nosso lado. E o esforço por exercitarmos nossa capacidade humana é o mínimo que podemos fazer. Só que entendemos ser esse o máximo e achamos que fazemos muito por tolerar os defeitos alheios como se não possuíssemos defeitos a ser tolerados.

Há aqueles que, além disso, ainda se esforçam para amar aos que os agridem, aos que os odeiam, ou pelo menos para entender o que isso significa. Na prática, são poucos os que conseguem realmente oferecer a outra face como Cristo nos ensinou a fazer. E já que achamos tão difícil exercitar o “amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam”, ignoramos esse ensinamento de Jesus, preferindo limitar o amor ao próximo à caridades vazias e favores ocos.Estendemos a mão, mas ainda mantemos nossos corações fechados.

Por que o Amor incondicional nos parece tão distante e impossível? Será que é porque ele não busca por um objeto para ser amado? Não se ama a alguém ou a algo incondicionalmente. Simplesmente se ama incondicionalmente e só. Encontrar o amor em si mesmo, o Amor do Eu interior, do Ser divino presente dentro de cada um, é encontrar a Verdade que liberta. Esse tipo de Amor é tão constante e tão absoluto que abrange a tudo e a todos. Faz o indivíduo enxergar a unidade de todas as coisas, a simplicidade de todas as coisas, a pureza de todas as coisas.

Esse Amor, tão falado por nossos mestres ao longo dos tempos da humanidade, não tem que ser buscado, apenas resgatado dentro de nosso coração, de nossa alma. Todos temos em nós uma fonte infinita do mais puro Amor, do Amor que rege todo o cosmos, aquele que não busca por um objeto porque é em si mesmo todos os objetos que podem existir. Que despertemos as sementes do verdadeiro Amor em nosso íntimo! Que aprendamos a Amar realmente e simplesmente, amar apenas por amar, amar apenas por ser esta a nossa natureza!