A LUZ É CONTAGIANTE


O que é REAL em vocês? É um Ser que é de tudo de bom e positivo, alegre e abundante, cheio de humor e amor divertido, com talentos criativos, paciente e bondoso, compassivo e misericordioso. Permitam que os seus Eu(s) REAIS venham, permitam que as suas Luzes maravilhosas brilhem, pois, isso é a razão do por que vocês estâo aqui.




quarta-feira, 30 de novembro de 2011

LENDAS JUDÁICAS -ADÃO: A alma do homem



A alma do homem






ADÃO: A alma do homem


O cuidado com que Deus moldou cada detalhe do corpo do homem nada é em comparação com sua solicitude na criação da alma humana. A alma do homem foi criada no primeiro dia, pois é o espírito de Deus movendo-se sobre a face das águas. Assim, ao invés de ser o último, o homem é na verdade a primeira obra da criação.

O espírito, ou, para chamá-lo pelo seu nome usual, a alma do homem, possui cinco poderes diferentes. Através de um deles ela escapa do corpo todas as noites, sobe até o céu e ali busca nova vida para o homem.
A alma do homem foi criada no primeiro dia, pois é o espírito de Deus movendo-se sobre a face das águas.

Com a alma de Adão foram criadas as almas de todas gerações de homens. Estão elas armazenadas num prontuário no sétimo dos céus, de onde são retiradas à medida em que são necessárias para cada corpo humano.

A alma e o corpo do homem são unidas da seguinte forma: quando uma mulher concebe, o Anjo da Noite, Lailah, carrega o esperma até a presença de Deus, e Deus decreta que sorte de ser humano sairá dali – se será homem ou mulher, forte ou fraco, rico ou pobre, bonito ou feio, alto ou baixo, magro ou gordo, e quais serão todas as suas outras qualidades. Apenas a piedade e a impiedade são deixadas sob a determinação do próprio homem. Deus estão faz um sinal para o anjo responsável pelas almas e diz:

– Traga-me aquela alma assim-e-assim, que está escondida no Paraíso, cujo nome é assim-e-assim, e cuja forma é assim-e-assim.

O anjo traz a alma designada, que faz uma reverência quando entra na presença de Deus, e prostra-se diante dele. Naquele momento Deus dá a ordem:

– Entre nesse esperma.

A alma abre sua boca e implora:

– Ah, Senhor do mundo, estou muito satisfeita com o mundo em que tenho vivido desde o dia em que me chamaste à existência. Por que desejas agora que eu entre nesse esperma impuro, eu que sou santa e pura, e parte da tua glória?

Deus a consola:

– O mundo em que farei você entrar é melhor do que o mundo em que você tem vivido; quando criei você, foi apenas com esse propósito.

A alma é então forçada a entrar contra à vontade no esperma, e o anjo carrega-a de volta para o útero da mãe. Dois anjos são especificados para cuidarem que a alma não saia dele, nem caia fora dele, e uma luz é colocada acima dela, através da qual a alma pode ver de uma extremidade à outra do mundo.

De manhã um anjo a carrega ao Paraíso e mostra a ela os justos, ali assentados em sua glória, com coroas sobre suas cabeças. O anjo então diz à alma:

– Sabe quem são esses? Ela responde que não, e o anjo prossegue: – Esses que você contempla foram formados, como você, no útero da mãe deles. Quando entraram no mundo esses guardaram a Torá de Deus e seus mandamentos, e foram por isso tornados participantes da bem-aventurança de que você os vê agora desfrutar. Saiba que você irá também um dia deixar o mundo lá embaixo, e que se guardar a Torá de Deus será achada digna de sentar-se com esses piedosos. Se não, estará condenada ao outro lugar.


De noite o anjo leva a alma ao inferno, e mostra os pecadores a quem os Anjos da Destruição estão castigando com açoites de fogo. Os pecadores estão todos bradando: “Ai de nós! Ai de nós!”, mas nenhuma misericórdia é concedida a eles. O anjo pergunta como antes:

– Sabe quem são esses?

Como antes a resposta é negativa, e o anjo continua:

– Esses que são consumidos pelo fogo foram criados como você. Quando colocados no mundo eles não guardaram a Torá de Deus e seus mandamentos, e vieram por isso para esta desgraça que você os vê sofrer. Saiba que seu destino também é deixar o mundo. Seja justa, portanto, e não perversa, para que possa ganhar o mundo futuro.
Do mesmo modo que foi formada contra a vontade, você agora nascerá contra a vontade.

Entre a manhã e a noite o anjo carrega a alma de um lugar a outro, mostrando onde ela vai viver e onde vai morrer, o lugar em que será enterrada, e leva-a pelo mundo todo, apontando os justos e os pecadores e todas as coisas. De noite ele a recoloca no útero da mãe, onde ela permanece por nove meses.

Quando chega a hora de emergir do útero para o mundo, o mesmo anjo dirige-se à alma:

– Chegou a hora de você sair para o mundo.

A alma objeta:

– Por que você me quer fazer sair para o mundo?

O anjo responde:

– Saiba que, do mesmo modo que foi formada contra a vontade, você agora nascerá contra a vontade, e contra a vontade morrerá, e contra a vontade prestará contas diante do Rei dos reis, o Santo, bendito seja ele.

A alma está ainda relutante em deixar o seu lugar. O anjo faz um carinho com os dedos nos lábios do nenê, apaga a luz à sua cabeça e a traz para o mundo contra a vontade. Imediatamente a criança esquece tudo que sua alma viu e aprendeu, e vem ao mundo chorando, por ter perdido um lugar de refúgio e segurança e descanso.

Quando chega a hora do homem deixar este mundo o mesmo anjo aparece e pergunta:

– Você me reconhece?

O homem responde:

– Sim, mas por que você veio até mim hoje, e não outro dia?

O anjo diz:

– Para tirá-lo deste mundo, pois a hora da partida chegou.

O homem cai no choro, e sua voz alcança as extremidades do mundo, porém nenhuma criatura ouve a sua voz, com exceção do galo. O homem protesta:

– De dois mundos você me tirou, e para este mundo você me trouxe.

Mas o anjo lembra:

– Eu não lhe disse que você foi formado contra a vontade, nasceu contra a vontade e contra a vontade morreria? Agora, contra a vontade, você terá de prestar contas de si mesmo diante do Santo, bendito seja ele.

Lendas dos Judeus é uma compilação de lendas judaicas recolhidas das fontes originais do midrash (particularmente o Talmude) pelo talmudista lituano Louis Ginzberg (1873-1953). Lendas foi publicado em 6 volumes (sendo dois volumes de notas) entre 1909 e 1928.

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